terça-feira, junho 03, 2008

Akrobatik / The Blues



A rádio Gambiarra comemorando seu 2°aniversário e ASDUAS Produções apresentam, pra borbulhar o cenário underground da boa música rap, pela 1°vez no Brasil, lançando seu novo álbum Absolute Value, direto de Boston, AKROBATIK e Dj SLOPFUNKDUST. Abertura por conta dos meus camaradas do CONSULTORIA (GT-DUMAFIGA / Novo Hamburgo) + Dj Maestro-Gambiarra, dia 7 de junho na FEELING'S CLUB em Porto Alegre, Av Venâncio Aires, 912, a partir das 23:00 horas. Ingressos a R$20 reais antecipados na loja microshop da galeria Malcon- centro de Porto Alegre e R$25 reais na hora. Maiores informações www.gambiarra.art.br
Interessados de Novo Hamburgo e região, informações 97042662 ou nousedcst@hotmail.com, com Eduardo.



Akrobatik - Absolute Value (2008)


01 A To The K feat. B-Real
02 Soul Glo
03 Put Ya Stamp On It feat. Talib Kweli
04 Step It Up
05 Rain feat. Brenna Gethers
06 Be Prepared feat. Little Brother
07 Absolute Value
08 Black Hell Breaks Loose feat. Willie Evans Jr. & Therapy
09 Kindred feat. Chuck D. & Brenna Gethers
10 Front Steps Pt. II (Tough Love)
11 Beast Mode feat. Mr. Lif
12 If We Can't Build feat. Bumpy Knuckles
13 Ak B. Nimble
14 Back Home To Yo

Para baixar clique aqui.


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Martin Scorsese presents The Blues - Part 1 - Feel Like Goig home (2003)

Esse é o primeiro dos 8 filmes/ documentários fodapacaralho produzidos pelo Martin Scorsese (Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, Os Infiltrados) sobre o blues, cada um dirigido por um grande nome do cinema. Feel like going home é dirigido pelo próprio Scorcese e é o meu preferido da série, já falei da parada aqui no blog, um bluesman jovem roda os EUA procurando conhecer mais sobre as raízes do blues e termina o filme indo pra Africa, fazendo a ligação entre a música de lá e o blues. Por coincidência os caras acham um tocador de pífano nos EUA e outro na Africa, pra quem não sabe o pífano também é tocado no nordeste do BRasil. Documentário 5 estrelas. Obrigatório pra quem quer conhecer mais de música negra e da cultura da diáspora. Quem puder corre atrás dos dvd´s que é foda a parada.
OBS.: Filme legendado em espanhol, mas fácil de entender.
Para baixar:

Parte 1

Pt.2
Pt. 3
Pt. 4
Pt. 5
Pt. 6
Pt. 7
Pt. 8

quarta-feira, abril 09, 2008

Coisas de Rua II



Tá dado o post da semana! Eu vou estar lá fazendo uma parte com meu mano Leco, depois de muito tempo e com sede de mic.



Vídeo do Coisas de Rua I - Consultoria, grupo do meu camarada Nose D, organizador da parada junto com o resto da família. Tamo chegando...

sábado, abril 05, 2008

Quinto Andar - Piratão (repost)



Quinto andar - Piratão -(Respost)

1. Oqueéoquintoandar
2. Rap do calote
3. Funk da Secretária
4. Melô da Propaganda
5. Pra falar de amor
6. Cara de Cavalo encontra De Leve
7. Montagem da Bandeira
8. Esse Planeta (Velhos Bons Tempos)
9. Vive pra servir, serve pra viver...
10. Melô do Piratão
11. Ritmo do nosso País
12. Madruga
13. A 1 Passo do Paraíso
14. Muita Falta de Anti-profissionalismo Dub
15. $$$
16. Melô dos Vacilão
17. Contratempo
18. Meu Amor Não me Abandone

Para baixar clique aqui.

domingo, março 30, 2008

Hip Hip - Cultura de rua



Hip Hip - Cultura de rua

1- Corpo Fechado (Thaide & Dj Hum)
2- Código 13 (Código 13)
3- Centro da Cidade (Mc Jack)
4- O Credo (O Credo)
5- Deus A Visão Cega (O Credo)
6- Homens Da Lei (Thaide & Dj Hum)
7- Gritos Do Silêncio
8- Calafrio (Melô Do Terror)
9- A Minha Banana (Mc Jack)
10- Vício (Mc Jack)
11- Cidade Maldita (Mc Jack)
12- Loucura (Codigo 13)
13- Teu Negócio É Grana (Código 13)
14- A Garota Da Casa (Código 13)

Para baixar clique aqui.

Pouco pra falar sobre esse disco aí, a primeira coletânea de rap feita no Brasil. Achei em disco de vinil com vizinho que nem tinha idéia do tesouro que guardava. Baixei em mp3 mas por algum motivo foi ripado com os nomes dos sons como se fosse a coletânea "Amigos", sim aquela sertaneja só com os mais podres da parada. Mas a parada tem valor histórico. No próximo post novidades sobre o evento "COisas de Rua". Peace y´all"

sexta-feira, março 21, 2008

Sampa Rap / Páscoa



Uma feliz páscoa a todos!
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Só clássico nesse disco aí (tá bom, tem o Balinhas do Rap mas tá valendo), dedicado aos que viveram essa época aí, quando rap de protesto ainda tocava na pista. Tem coisa de classe aí, nem falo do Fim de semana no parque que já foi hino, mas também da Vietnã do P9, que foi um G Funk bem produzido pra caralho na época, e também do Sampa Crew cantando Jorge Ben que ficou muito classe. É baixar e conferir.

Para baixar clique aqui.

quinta-feira, março 13, 2008

Groove Grave no Metro / Valete Demo



GROOVE GRAVE NO JORNAL METRO

Como os frequentadores devem ter percebido o blog anda abandonado de novo. Como sempre muita coisa pra ler, ouvir e viver por aí. Essa semana andei pensando em alguma coisa pra reanimar o blog. Por coincidência hoje encontrei uma amiga da cidade onde estou morando que leu o blog, gostou e indicou para uma amiga de POA que também gostou. E agora de noite de passagem lá pelo Só Pedrada vi que o Tamenpi postou uma notícia do jornal Metro que citou o blog dele, por coincidência o GROOVE GRAVE também foi citado pelo jornal paulista. Claro que o post só pode ser este hoje, logo mais volto com outros sons. Por enquanto só posso agradecer a todos que passam por aqui, mesmo que não comentem, afinal como disse o Parteum "eu só te toco por termos algo em comum". Paz e respeito!

Para ler a notícia clique aqui.

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Valete - Demo inédita

Para baixar clique aqui.

Esse som é versão demo dos versos que o Valete gravou pro som que acabou sendo o "Conexões", que gravamos em 2005 junto com o Gutierrez. Essa primeira versão tem letra totalmente diferente, com mais ênfase no flow do que a segunda, mais focada na mensagem, e foi gravada com o nome "Porto Alegre - Rough mix". Grande som de um grande rapper.

Letra:

Conspiração e Valete in big beats studios

Eu era aquele moleque de black q ouvias na creche
Com os 10 já ouvia Kool G rap e Das EFX
Sonhava ser melhor que Method Man e KRS
Em 97 no rap tu ja tinhas umas maquetes
Aos 17 já fazia bué sucesso no rap
Pra ser um wack profeta em K7´s de Bombejack
Em battles ensaduichei rappers man como baguete
Tornei-me um poeta inssurecto man assim como Garret
Sempre o mais rebelde rebobinado no teu deck
Vindo com o hip hop que quebra barreiras via internet
Conspiro em Porto Alegre com Leco e RMS
Continuo a reppar para wacks onde não existem checks
Não vou a festas onde dj´s wacks não fazem scratchs
Hip hop estabelece a controvérsia onde meu rap aquece
Na guerra e na miséria vou lhe amar como ele merece
O amor entre o verso e o papel chama-se MC Valete

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PROMOÇÃO O DILÚVIO/ SABOTAGE, NÃO ESQUECI DE VOCÊS

Um salve pro pessoal que comentou, infelizmente pela segunda vez a minha remessa de revistas "O Dilúvio" foi ROUBADA POR FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS, um novo pacote já foi encomendado, assim que estiver na mão vou mandar as revistas.

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DICA DE LIVRO: O teatro do bem e do mal, autor: Eduardo Galeano

Galeano é o jornalista autor de outros dos meus livros preferidos, "As veias abertas da América Latina" e "Dias e noites de amor e de guerra". Livro bom de ler quando não se tem muito tempo, pequenos trechos que valem muito. Sempre com muito bom humor, ironia e visão crítica ele bola as sacadas que te fazem repensar o ponto de vista que temos do mundo capitalista e acaba mostrando que a verdade está toda aí, é só abrir o olho e ver. Saiu pela L&PM pocket na faixa de R$ 10,00. Alguns trechos do livro que catei na rede:

Pórticos
Nosso sonho é um mundo sem pobreza. (Grande cartaz na entrada do Banco Mundial, em Washington).
O trabalho liberta (placa do campo de concentração de Aushwitz).

Fast food
Uma nova cadeia japonesa de restaurantes está competindo com sucesso com o McDonalds. Os clientes não pagam por prato e sim por tempo. Quanto mais rápido comem, menos pagam. O minuto custa trinta cêntimos de dólar. Só em Tóquio, já funcionam 180 destes postos de gasolina humanos.
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Comparando os dados de diversos organismos internacionais (PNUD, UNICEF, FAO, OMS, Internacional for Strategic Studies), chega-se à conclusão de que o que o mundo destina a gastos militares durante onze dias daria para alimentar e curar todas as crianças famintas e enfermas do planeta, e sobrariam 354 dias para o nobre ofício de matar.
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Globalização

Salário mínimo de um operário da General Motors nos Estados Unidos: dezenove dólares por hora. Salário de um operário da General Motors no México, no outro lado da fronteira: um dólar e meio por hora.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Cinco anos sem Sabotage (24/01/2003)




Texto meu publicado na edição deste mês da revista O DILÚVIO em memória ao grande Sabote. Os cinco primeiros comentários ganham na faixa uma edição impressa da revista. Comentem e deixem o email pra contato. Paz e respeito!


Cabeça de nêgo


Como se a benção da inspiração tivesse confundido o Brooklyn de Nova Iorque com o seu xará mais pobre, o Brooklyn de São Paulo, nasceu Mauro Mateus dos Santos. Preto, pobre e inspirado, porque pobre se não tiver inspiração não se cria. É sério, vai pensando que é fácil sorrir morando no Canão, na beira da água espraiada, onde “só falta água e quando chove alaga”. Aliás só quem ri da espraiada em São Paulo é o Maluf, lembrando da obra superfaturada em R$ 432 milhões. Mas voltando pro Mauro, foi daqueles que cresceu como todos ali, convivendo com “a música, o crime e o futebol”. E ele fez suas opções aqui e ali, juntou todas dando mais espaço hora pro samba, hora pro Corinthians, hora pro crime. Foi no crime que passou parte da infância, levando o respeito na cintura. Foi pro crime que perdeu o irmão que sempre citava nas letras. Foi ali que conheceu o rap, ainda no tempo da São Bento, participou do festival onde influenciou Pedro Paulo Soares da Silva a cantar rap, o mesmo Pedro que ia virar Mano Brown. No crime foi rebatizado, falsificando a assinatura da mãe na Febem ganhou do irmão o apelido que levou pra vida: Sabotage! E foi sabotando o que estava previsto que o mano driblou a vida, largou o crime, gravou o disco “O Rap é Compromisso” pela gravadora do Pedro Paulo, a Cosa Nostra, com ele foi eleito artista revelação do ano no prêmio Hutuz de 2002 (dez anos depois de começar a cantar rap), fez participações em tantos discos que nem lembrava mais, fez parte da trilha sonora e o papel dele mesmo no filme “O Invasor”, ensinou gíria pro elenco e beijou a bunda da Rita Cadilac no filme Carandiru e ainda mudou a cara do rap nacional indo pela contramão. Quando o rap se tornava cada vez mais sissudo e fechado, Sabote sorria seu sorriso sem dentes, cantarolava um samba antigo que dizia: “Se eu parar pra cantar tristeza meu tempo aqui não chega...”. Pra quem esperava o mito do rapper mau Sabote se mostrava simplesmente o “Maurinho do Canão”, preto, pobre, inspirado, falando sobre a vontade de subir no palco vestido de terno e gravata, só pra surpreender os que pensam que rap é roupa.
Assim como Chico Science foi o elo de ligação entre a lama e o mundo, o regional e o global, Sabotage foi o elo de ligação entre as várias correntes do rap, unia o discurso da favela com a levada do asfalto. Com ele o rap paulista ficou mais malandro, valorizou o jogo de palavras no verso, fez rap samba com o Instituto sem parecer imitação do Dr. Marcelo, mostrando que se pode falar de mulher em rap com todo respeito e poesia, afinal “todo malandro vira otário quando ama”. Às vezes nem precisava falar muita coisa, só citar o nome dos parceiros no verso, os presentes e ausentes, como ele mesmo dizia só pra falar que “se o crime fosse tudo isso esse pessoal todo ainda tava aqui”. Uma vez falou pro Napoli que se via no som do outro Chico, o Buarque, onde o cidadão morreu na contramão atrapalhando o sábado. Sabote viveu na contramão, da sociedade enquanto estava no crime e na contramão da onda de separações e brigas quando estava no rap, mas morreu em uma sexta-feira, 24/01/2003 na mesma mão que muitos outros pretos e pobres do país, baleado, uma morte sem inspiração se é que existe inspiração na morte. O elo foi perdido. O assassino? Não foi localizado, a mídia tratou como só mais um caso, a polícia tratou como a mídia. Uns dizem que um antigo desafeto matou Sabote, outros dizem que foi a inveja do seu sucesso. De repente foi o destino, que pisa na tentativa da mudança de caminhos escritos, e na coragem de se falar em construir um bom lugar morando no gueto do gueto. Sabote falou que as “estrelas nascem crescem evoluem e morrem”. Mas ele vive na memória daqueles que conheceram, ouviram e adotaram o rap como compromisso. Se bobear o Maurinho tá por aí, aparece volta e meia no verso de um, na gíria de outro, no alto falante de um carro, no toca-disco de algum outro preto, pobre e inspirado, talvez no Canão, no Brooklyn, na Santo Afonso, no Boréu, Alvorada, Alto Zé do Pinho, Vila Jardim...

Miguel RMS é MC e ainda acredita que é com humildade que se faz um bom lugar.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Hocus Pocus


Hocus Pocus Hip Hop feat the Procussions

Dica do meu camarada Solo Damant, gostei e postei, pra quem pensa que rap não é só roupa tá dada a dica!

quarta-feira, novembro 28, 2007

Roots Manuva



Roots Manuva - Run comes save me

1.No Strings (intro)
2.Bashment Boogie
3.Witness (1 Hope)
4.Join The Dots
5.Black Box interlude 22s only sold in album
6.Ital Visions
7.Kicking The Cack
8.Dub Styles
9.Trim Body
10.Artical
11.Hol' It Up
12.Stone The Crows
13.Sinny Sin Sins
14.Evil Rabbit
15.Swords In The Dirt
16.Highest Grade
17.Dreamy Days

Para baixar clique aqui.

Ganhei esse disco de presente da Vivi, uma amiga que foi pra Londres em 2005. Pedi pra ela procurar alguma coisa de rap por lá e por coincidência trouxe esse disco que tem a Witnes, que eu tinha gravada em uma fita há um tempão, desde a época em que se gravava rap de programa de rádio. Na real nem faz tanto tempo, mas a tecnologia evolui tão rápido que 2001 já parece faz 10 anos. Falando nisso, o pessoal que frequenta o blog e anda pela faixa dos 30 já se deu conta que é a última geração a ter andado com um walkman no bolso, a gravar fitas k7 (lembram da Sony UX, aquela da embalagem dourada?) e mais uma pá de coisa que a gurizada mais nova não vai mais ver. Buenas, voltando ao som, essa mesma Witness é o maior sucesso comercial do rap inglês em todos os tempos, o disco foi gravado pela gravadora Big Dada, figura da cena eletrônica, por isso os beats tem uma pegada bem sintética, o que faz um jogo bem diferente com a levada meio ragga de Manuva. Só a dreamy Days já vale o disco. Aproveitem.



Roots Manuva - Witness



Roots Manuva - Dreamy Days

sexta-feira, novembro 02, 2007

Tropa de elite / Cidade de Deus

A trupe da elite reacionária!!!

Assisti a febre Tropa de Elite, gostei do filme, parada bem feita. Acompanhei a discussão e cheguei a triste conclusão que o Brasil tá mesmo dividido na base do cada um por si. Os comentários da VEJA sobre o filme são na linha "tem que tratar bandido como bandido mesmo", ou seja remédio pra pobre que deixa o sangue correr pro asfalto é mesmo pé na porta, saco na cabeça e bala na testa. Eita país filho da puta. Quando o Estado chega a conclusão que não tem remédio a não ser subir o morro e matar uma parte "podre" da população é porque o própio governo perdeu as rédeas. Pra quem concorda com essa visão eu só aconselho a olhar as notícias de bala perdida e até as imagens da bala comendo ao lado de gente varrendo a calçada ou de criança indo pro colégio pra ver que a intervenção não é tão cirúrgica quanto o filme faz pensar. Se a coisa é cada um por si eu fico com os meus. Periferias do Brasil, uni-vos! Antes que seja tarde! O inimigo quer sangue e a arma tá apontada...

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Ainda sobre o Tropa de Elite: Rodapé de jornal diz que o filme quebrou recordes de público no cinema, "mas poderia ter feito muito mais sem a pirataria". Porra, parte da divulgação da coisa aconteceu pela malandragem em liberar a pirataria. Um passo inteligente é aprender a lidar com a pirataria e não continuar negando a parada. Vão tomar o mesmo rumo que os EUA com o mp3? Fuderam o napster e o mp3 segue cada vez mais forte. Enquanto a indústria segue tentando travar a tecnologia, a tecnologia dá um drible e corre na frente. O momento é do mais malandro. Quem marcar passo negando a realidade vai cair. Eu que estou falando, mas quem mostra é a rua.

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Cidade de Deus (Trilha sonora)

01. Meu Nome é Zé - Antonio Pinto - Ed Côrtes
02. Vida de Otário - Antonio Pinto - Ed Côrtes
03. Funk da Virada - Antonio Pinto - Ed Côrtes
04. Estória da Boca - Antonio Pinto - Ed Côrtes
05. Na Rua, na Chuva, na Fazenda (casinha de Sapê) - Hyldon
06. A Transa - Antonio Pinto - Ed Côrtes
07. Metamorfose Ambulante - Raul Seixas
08. Nem Vem que Não Tem - Wilson Simonal
09. Preciso Me Encontrar - Cartola
10. Alvorada - Cartola
11. Convite para Vida - Antonio Pinto - Ed Côrtes
12. No Caminho do Bem - Tim Maia
13. Morte Zé Pequeno - Antonio Pinto - Ed Côrtes
14. Batucada (remix) - Dj Yah!

Para baixar clique aqui.

De qualquer jeito meu filme nacional preferido ainda é o Cidade de Deus, por coincidência li um livro chamado "A máquina e a revolta" da antropóloga Alba Zaluar sobre uma pesquisa da relação bandido & trabalhadores pobres na CDD feito na década de 80. Segue aí o trecho que conta um pouco sobre a rixa entre Mané Galinha e Zé Pequeno:

"Ontem mais dois tombaram em Cidade de Deus. Um terceiro conseguiu escapar. Uma das vítimas tombou num posto de gasolina; a outra, de 14 anos, foi encontrada no matagal, sendo identificada pela irmã. Guerra: as duas quadrilhas de traficantes de tóxicos e assaltantes se 'guerreando' pela supremacia da área. Vítimas: Gelson Machado da Silva (18 anos, Rua Saad, q. 92, c. 51) era irmão do bandido Manoel Machado da Rocha, o "Manoel Galinha", que estaria escondido em Minas Gerais. Forra: Os amigos.de Gelson, já sabedores dos nomes dos bandidos, incendiaram o barraco nº 13, rua Gesse, residência dos familiares de Bingo, e o barraco nº 60, av. Deborah, residên¬cia dos familiares de Delley." (O Dia, 14.8.79.) "Tombou o chefão na batalha final. Silêncio e Pavor em Cidade de Deus." (Manchete) "A briga entre quadrilhas de Cidade de Deus pelo domínio dos pontos de vendas de tóxicos fez uma vitima fatal, o chefe de um dos bandos, o 'Mane Galinha', morreu com vários tiros no Hospital Cardoso Fontes. O delegado José Guedes, da 32f D.P., apurou que ele foi alvejado por elementos da turma do Zé Pequeno há três anos seu grande rival. (...)
Delegado lamenta: O delegado José Guedes, que foi ao local interrogar pessoas, saiu no final com uma queixa: 'Infelizmente, quando ocorrem crimes como esse, o povo fica num silêncio tremendo. É claro que entendemos que, numa comunidade onde existem marginais, a chamada lei do silêncio nunca acabará. Mas os cidadãos de boa formação, honestos, têm que colaborar com a policia, apontando não só os bandi¬dos mas acima de tudo os locais em que se reúnem...' História triste: A crónica policial está cheia de histórias como a de Manoel Machado da Rocha, de 20 anos, o Mane Gali¬nha. Em 1976, conforme relatam parentes e conhecidos, Manoel era um rapaz pacato. Seu grande negócio era o que chamava de "as menininhas", garotas que por ele ficavam apaixonadas ao primeiro olhar. Afinal, moreno claro, de olhos verdes, jeito bem carioca de andar e falar, Manoel as deixava sideradas.
O sucesso de Manoel com as meninhas causou tremenda inve¬ja a Zé Pequeno e seus comparsas, que não perdiam oportuni¬dades para provocá-lo. Um dia, Manoel estava num recanto de Cidade de Deus com uma linda garota, numa conversa sadia, quando surgiram seus invejosos adversários: além de tirarem toda sua roupa, levaram a garota que estava com ele. Revoltado, Manoel juntou-se a seus irmãos Gilson e Gelson, , Ailton Batata e mais uns 8 elementos que estavam dispostos a ajudá-lo na verdadeira guerra contra Zé Pequeno e seus com¬parsas. A partir dali, sumiu o pacato Manoel M. Rocha e surgiu o Mane Galinha. (...)
Durante estes três anos de lutas, perto de 15 marginais mor¬reram e dezenas de pessoas ficaram feridas..." (O Dia, 31.8.79.)

Quando cheguei a Cidade de Deus, Manoel Galinha, a quem todos já se referiam como o "falecido", era lamentado e lembrado na praça Matusalém, onde concentrei a pesquisa. Sua família era grande e bem conhecida na vizinhança, onde, moravam alguns parentes, comadres e compadres, além dos muitos amigos de Manoel. Seu pai, operário "crente", músi¬co na igreja da Assembleia de Deus e nos cultos dominicais da praça, sua mãe e oito irmãos moravam na casa que ainda tinha as marcas da "guerra". Enquanto esta durou, a casa da família foi atacada várias vezes, quando morreram o avô e o irmão de Manoel, sendo defendida então pelas preces de todos os seus membros.2 A praça Matusalém transformava-se num campo de batalha nessas ocasiões. Foi nesta mesma pra¬ça que, após a morte de Manoel, em janeiro de 1980, os mo¬radores da vizinhança fundaram o bloco Luar de Prata com o objetivo explícito de acabar com a tristeza e "elevar o nome do local" difamado como o mais perigoso de Cidade de Deus e referido como a "área do Mane Galinha". Apesar do estig¬ma que trouxera ao local, muito querido, Manoel ganhou um samba e várias estórias sobre a sua valentia, beleza e simpa¬tia. Transformado em ficção, mas participando da realidade, ele representou um desafio ao rótulo deste novo personagem complexo e ambíguo que tentam entender: o "bandido".Como trabalhador (foi operário da indústria de construção civil) e como bom filho (sempre ajudou a família), Manoel estava próximo ao seu modelo de dignidade moral. Bom jogador de futebol e sambista ocasional, ele diferia de outros "bandidos" por participar ativamente das atividades locais. Sua rápida trajetória para o mundo do tráfico de drogas e das armas de fogo, que um jovem denominou "condomínio do diabo", os confundia. Tentavam explicá-la por uma estória que não diferia muito da publicada no jornal no que dizia respeito aos motivos que o levaram a "revoltar", isto é, a colocar uma arma na cintura e entrar na "guerra". Mas vários deles, como seus familiares, negavam-se a admitir suas ligações com traficantes. Para estes, Manoel, como outros "bandidos", estava muito mais próximo de um outro modelo surgido no seu meio: o injustiçado, o "revoltado", o morto de vida trágica e morte sem sentido. Os versos que se seguem, de autoria de um dos compositores do bloco, foram escritos por ocasião de sua morte:

"Morreu na chegada do hospital
Um camarada que foi tão legal
Agora 'Dade Deus' ainda chora
O camarada de outrora. '
Morreu, foi pró reino da glória Está sentado junto de Nossa Senhora O povo o queria de coração E a sociedade o acusava de bandidão.
Não sou bandido
E posso provar
Defendo a área
'Dade Deus', o meu lugar.
O morro inteiro pediu Pra ele se mudar, Mas ele disse: Jamais vou recuar.
Aqui nasci, meu povo,
E aqui eu me criei.;
Eu sou Manoel,
Eu jamais recuarei.
Vá, mãezinha, a essa redação E diga prà eles O filhinho da senhora Não é um chefão.
No campo santo a multidão Dando um adeus final, Eles diziam: Manuel, Ele não era um marginal...".
(Augusto, setembro 1979)

Seu enterro foi um acontecimento, mobili¬zando os moradores que conseguiram, através de um político, ônibus para levá-los ao cemitério. Durante muito tempo a área em que morava era conhecida como a "vila do Mane Galinha". Hoje, essa referência ainda compete com a fama crescente do bloco Luar de Prata. Mesmo depois que seus pais deixaram o local, após o assassinato de seu terceiro filho, Manoel continuou a ser lembrado.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Blacula/ Blaxploitation



Blacula (1972)

Como ando sem tempo pra postar "material original" aqui no blog e pra não deixar os frequentadores na mão, catei no ótimo fórum do F.A.R.R.A. os links do filme Blacula, pérola do gênero blaxploitation, que rendeu o melhor da black music dos EUA nos anos 70. Visitem o fórum que tem muita coisa boa por lá. Peace y´all!

Sinopse


Um colecionador de antiguidades compra um caixão de um príncipe africano e o traz para Los Angeles. Porém, ele não sabe que o urna pertencia a Manuwalde (William Marshall), um monarca que em 1780 foi mordido pelo lendário Conde Drácula (Charles Macaulay). Em 1972, quase 200 anos depois, o príncipe, agora transformado em vampiro e denominado Blácula, é libertado de seu caixão e invade as ruas americanas. As coisas complicam mais ainda quando ele conhece Tina (Vonetta McGee), que é a reencarnação da mulher de Manuwalde, Luva. Blácula passa a fazer de tudo para conquistá-la e acaba ganhando um inimigo: Dr. Gordon (Thalmus Rasulala), que passa a caçá-lo implacavelmente.

Links

http://rapidshare.com/files/61730443/Blacula.1972.Orlok.part1.rar.html
http://rapidshare.com/files/61802872/Blacula.1972.Orlok.part2.rar.html
http://rapidshare.com/files/61963033/Blacula.1972.Orlok.part3.rar.html
http://rapidshare.com/files/61820121/Blacula.1972.Orlok.part4.rar.html

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DICA IMPERDÍVEL DO POST: Quer música? Corre lá e baixa o novo disco da Nação Zumbi no Sópedrada! . Aproveita e dá uma moral pros caras comprando o cd original depois. O artista vive disso e disco bom merece mesmo!

quinta-feira, outubro 25, 2007

Beastie Boys - Best Of Grand Royal 12's (2007)



Beastie Boys - Best Of Grand Royal 12's (2007)

01. So Watch' Cha Want (Soul Assassin Remix Version)
02. Hey Ladies (Bs 2000 Mix)
03. Drum Machine (Psycho Dust Mix)
04. Rock Hard (12 Inch Version)
05. Jimmy James (Original Mix)
06. Bod Movin (Fatboy Slim Mix)
07. In A World Gone Mad (Original Mix)
08. Negotiation Limerick File (Handsome Boy Modelling School Makeover)
09. Sureshot (Green Mix)
10. Intergalactic (Strawberry Bath and Jelly Soles Instrumental Version)
11. Alive (B.R.A. Remix)
12. Rootdown (Pp Balloon Mix)
13. Get It Together (Buck Wild Mix)
14. Remote Control (E.P. Version)
15. Cookin Puss (Censored Version)
16. Shadrach (Shadrach Remix Instrumental)
17. Groove Holmes (Live Vs The Biz)

Para baixar clique aqui.

sábado, setembro 29, 2007

DIREITO DE RESPOSTA!

Letra inédita do poeta GOG sacada na cara dura do site da revista Caros Amigos., acessem o site que tem mais uma entrevista com o cara.



"DIREITO DE RESPOSTA"

por Gog
“...Se o Piauí deixasse de existir, ninguém ficaria chateado com isso...”
(Paulo Zottolo, em declaração feita em entrevista ao Jornal “Valor Econômico”)


Direito de Resposta, Rap é compromisso..
Meu pai, minha mãe, tia Helena, minhas primas pequenas,
Meus tios, primos, vizinhos, povo forte nordestino
Irados, inconformados, agressões ao Estado
Que meus ancestrais escolheram, onde fomos criados
Pois bem, Sr. Paulo Zottolo, ouça a voz do Crioulo
Você que sempre comeu a maior fatia do bolo
Sedução, charme, Segredos, cifras milionárias
Valor econômico, Executivo capa da “Caras”
Imagino as piadas de saguão, e no avião
Na reunião, com os “puxa saco” de plantão
Oh, Se empanturrou com dólares no bolso
Falou o que quis encare agora a corda no pescoço

Vai passar por maus bocados, produtos boicotados
Chamado às pressas na matriz andam preocupados
Televisores quebrados na manifestação da praça
Philips, Walita na minha casa nem de graça!
Sei o que moveu seu total irado desprezo
Julgava meu amado Piauí indefeso
Falaria, humilharia e sairia ileso
Surpreso? Cruzado, direto, sinta o peso
Balançou, e já entrou na dança das cadeiras
Carta de demissão, é manhã de segunda feira
Do seu lap top caixa de mensagens não acessa mais
Chuva de críticas, cara na capa dos jornais
Quebrou o jarro, capitalismo gigante dos pés de barro
Das favelas daqui, quer sair, acelere seu carro
Persona non grata, desprezo fere ou mata
Léguas pra buscar água contaminada na lata
De Monte Alegre a Floriano rumo a Luís Correia
Tratamento vip pros “cabra de peia”, golpeia
Que não respeita a luta diária suada alheia
Hip Hop 100 por cento quatro elementos na veia!
Nem 1 minhão de Lâmpadas florescentes, incandescentes
Iluminariam sua mente doente, demente
Vou em frente, lado a lado com os bolsões de pobreza
Que dó da sua fraqueza, sinto o calor da vela acesa
Cansei das falcatruas montadas por você e seus sócios
Elementar derrubar quem atrapalhou seus negócios
Tv digital vitória japonesa, Derrota holandesa,
Azedaram seu banquete já quente na mesa
Engenheiro, adepto do topa tudo por dinheiro
Cansei dos juros altos coletivo cheio
Do que vale mapas de favelas na luxuosa sala
Se a sua responsabilidade social é falha
As classes D e E declaram-se oposição
A estratégia naufragou levando junto a ambição
Em apenas uma linha definir você?
Motivo de alegria da Samsung e da LG.

terça-feira, setembro 11, 2007

11 de Setembro/ Aesop Rock

Repetindo o post de 11/09/2006 porque a situação não mudou:


Foto do 11 de setembro de 1973 no Chile

Pelo fim do terrorismo!


De acordo com a Wikipedia, "Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, por indivíduos, ou grupos políticos, contra a ordem estabelecida. Entende-se, no entanto, que uma dada ordem pública também possa ser terrorista na medida em que faça uso dos mesmos meios, a violência, para atingir seus fins".

1953: EUA derrubam Mossadaq, primeiro ministro do Irã, colocando Shah como ditador;
1954: EUA derrubam Arbenz, presidente da Guatemala (200.000 civis mortos);
1963: EUA apóiam assassinato do presidente sul-vietnamita, Diem;
1963-1975: Exército estadunidense mata 4.000.000 na Ásia;
11 de setembro de 1973: EUA armam um golpe de estado no Chile. O presidente Salvador Allende é assassinado, o ditador Augusto Pinochet assume (5.000 chilenos são assassinados);
1977: EUA apóiam o governo militar de El Salvador (70.000 salvadorenhos e 4 freiras americanas são mortos);
1980: EUA treinam Bin Laden e terroristas para matar soviéticos. A CIA dá a eles US$ 3.000.000;
1981: Governo de Reagan treina e financia “contras” (30.000 nicaragüenses são mortos);
1982: EUA dão a Saddam Hussein armas para matar os iranianos;
1983: EUA dá armas ao Irã para matar iraquianos;
1989: O agente da CIA, Manuel Noriega, presidente do Panamá desobedece Washington, os EUA invadem o Panamá e derrubam Noriega (3.000 panamenhos são mortos);
1990: Iraque invade o Kuwait com armas americanas;
1991: EUA entram no Iraque, Bush reempossa o ditador do Kuwait;
1993: Bush bombardeia “fábrica de armamentos” no Sudão. Era uma fábrica de aspirinas;
1991-2005: Aviões dos EUA bombardeiam o Iraque. A ONU estima que 500.000 crianças iraquianas morreram devido às sanções;
2000: EUA dão ao Afeganistão dos Talebans US$ 245 milhões;
11/09/2001: Osama Bin Laden mata 3.000 pessoas com técnicas da CIA.

Quem é terrorista cara-pálida???

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Aesop Rock - None Shall Pass (2007)


1 Keep Off the Lawn
2 None Shall Pass
3 Catacomb Kids
4 Bring Back Pluto
5 Fumes
6 Getaway Car (feat. Cage & Breezly Brewin)
7 39 Thieves
8 The Harbor Is Yours
9 Citronella
10 Gun for the Whole Family (feat. El-P)
11 Five Fingers
12 No City
13 Dark Heart News (feat. Rob Sonic)
14 Coffee (feat. The Mountain Goats)

Para baixar clique aqui.
Disco novo do maluco Aesop Rock, sempre único, sempre inovador, sempre grandes letras e um flow que torna ela quase indecifrável. Tem os MC´s que passam e os que permanecem, Aesop permanece, com mais flow e inteligência em um som do que o 50 Cent na discografia inteira. Rap de verdade!


Aesop Rock None Shall pass

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Frase do Post: "O importante não é justificar o erro, mas impedir que ele se repita." - Ernesto Che Guevara

quarta-feira, agosto 29, 2007

Tony Tornado / Style Wars




STYLE WARS

Escolinha Groove Grave, lição de hoje: Graffitti!!! Style Wars é o documentário de 1982 sobre o Graffitti feito na cidade de NY. Clássico obrigatório pra quem quer conhecer mais sobre a cultura de rua. O dia a dia dos grafiteiros, a relação com os bboys, a guerra de estilos e da prefeitura contra os grafiteiros, tá tudo lá. Acho esse vídeo melhor que o Wyld Style porque não tem ninguém representando ali, dá pra ver o Crazy Legs e a Rock Steady antes de serem lendas, os caras metendo a mão na massa mesmo, tem até guri grafiteiro tomando esporro da mãe. O vídeo é sem legendas, todo em inglês, que quiser ter dá pra catar no Emule ou outros. Vale a pena também acessar o site do filme, feito depois do seu relançamento em 2006 e que visualmente é um dos sites mais bem feito que já visitei, clima anos 80 na veia. Vídeo fundamental! Ave Google!

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TONi TORNADO

Fiz o upload dos dois discos do mestre Toni Tornado e na procura pelas tracklists no Deus-Google encontrei a reportagem que segue lá no Aispo Records. Como na rede nada se cria, eu descaradamente cito a fonte e copio parte do post. Sonzeira pra quem só conhece o ator Tornado. Literalmente: GROOVE GRAVE!

"Aos 11 anos, Tornado deixou a casa dos pais e viajou de carona até o Rio de Janeiro. Foi moleque de rua, vendia amendoim de dia e engraxava sapatos à tarde. À noite, dormia em trens ou sob viadutos. Em 1957, foi para o Oriente Médio participar da guerra pelo Canal de Suez, entre Egito e Israel. Nos anos 60, trabalhou com traficantes do Harlem, em Nova York: anotava pedidos de drogas dos viciados. "No Brasil era papelote, lá era caixa de sapato", lembra. Tornado tinha um Cadillac e usava cabelo colorido, mas estava ilegal no país. Vestia o uniforme de um lava-rápido para enganar a imigração. Cinco anos depois, foi obrigado a deixar o país. "Fui cagüetado", diz.
Ao desembarcar no Rio de Janeiro, em 1969, não passou despercebido. Com terno amarelo, sapato colorido e cabelo pintado, foi levado para o DOPS, o extinto Departamento de Ordem Política e Social. "Os policiais me chamavam de marciano", conta. De volta ao Brasil, Tornado começou vida nova, mas sem esquecer James Brown, de quem se tornou fã. Seu primeiro emprego no Brasil foi como cantor de boate. O patrão o proibia de falar português. "Eu girava como um redemoinho. As prostitutas ficavam ouriçadas", diz. Na época, Erasmo Carlos batia com o pandeiro na coxa e era considerado o cantor que mais se agitava no palco. "O Tony Tornado apareceu dando com o coturno no chão, gritando, rodopiando e jogando os braços para todos os lados. Não cantava nada, mas sua performance era maravilhosa", afirma Waldenyr Caldas, professor de sociologia da Universidade de São Paulo que estuda música popular brasileira. "Ele trouxe a soul music para o Brasil e inovou a coreografia da MPB."
Mas o sucesso o pôs na mira da ditadura. Em 1972, num show de Elis Regina, ele subiu ao palco e fez a saudação dos Panteras Negras americanos. "Fui algemado logo que desci", conta. "Na delegacia, o chefão me fez cantar 'BR-3' para cada um dos policiais. Passei a madrugada dando pirueta no chão do DOPS, Dom. Peguei raiva da música", diz. A perseguição persistiu nos seis anos em que namorou a atriz Arlete Salles. "Voltávamos do cinema e encontrávamos bilhetes no pára-brisa do carro: 'Branca suja, por que está com esse negro?'", lembra. A comunidade negra passou a tachá-lo de burguês. "Não entenderam que o amor não influenciava minha ideologia. Por isso, larguei tudo", diz."


Toni Tornado - BR3 (1971)

1 Juízo final (Renato Corrêa - Pedrinho)
2 Não lhe quero mais (Erasmo Carlos - Roberto Carlos)
3 Dei a partida (Getúlio Côrtes)
4 Uma canção para Arla (Major - Tony Tornado)
5 Breve loteria (Fafi)
6 Eu disse amém (Getúlio Côrtes)
7 BR-3 (Tibério Gaspar - Antônio Adolfo)
8 Uma vida (Arnoldo Medeiros - Dom Salvador)
9 Papai, não foi esse o mundo que você falou (Erasmo Carlos - Roberto Carlos)
10 Me libertei (Tony - Frankye)
11 O repórter informou (Hyldon)
12 O jornaleiro (Major - Tony Tornado)

Para baixar clique aqui.


Toni Tornado - Toni Tornado (1972)

1 Mané beleza (Arnaud Rodrigues - Chico Anísio)
2 Não grile a minha cuca (Toni Tornado)
3 Torniente (Toni Tornado)
4 Eu duvido muito (Getúlio Côrtes)
5 Sinceridade (Tim Maia)
6 Podes crer, amizade (Major - Toni Tornado)
7 Aposta (Toni Tornado)
8 Bochechuda (Toni Tornado)
9 Uma idéia (Paulo Sérgio Valle - Marcos Valle)
10 Eu tenho um som novo (Toni Tornado)
11 Tornado (Toni Tornado)

Para baixar clique aqui.